Total de visualizações de página

sábado, 1 de agosto de 2009

ERRÂNCIA


Errância

Iris Maria

Durante muito tempo de minha vida
Se é que posso dizer que é minha!
Tive minhas trajetórias e itinerários
Traçados por príncipes, reis e governos
Governos dos meus pais que imprimiram
Em mim condutas socialmente aceitáveis


Eu trilhava o caminho das certezas
Mas ao passo da conquista de uma maturidade
Construída pelo contraditório que
Circunscrevia minha existência
Fui percebendo que tais certezas
Subjugava a minha vida
Se é que posso dizer que é minha!
A constância, as repetições que enquadravam
Em mim condutas socialmente aceitáveis

Foi quando eu percebi que esse viver
Maniqueísta cristalizava e engessava a minha vida
Se é que posso dizer que é minha!
Essa rigidez cadavérica usurpou-me
O itinerário da errância...

Errância, Oh, palavra mal compreendida
Errância, palavra inexoravelmente evitada
Pelo conservadorismo caótico e decadente
Errância, palavra que contradiz a moral da ambigüidade

Errância, palavra que me fascina e que
Traz no seu significado a esperança de
Revisitar a minha invariante vida
Se é que posso dizer que é minha!
E construir a minha história constrangendo
A ordem, as certezas
Mas possibilitando a inovação do novo
O inusitado, o não programado


Errância, quem te segue são os verdadeiros ousados
Porque não se preocupam com os cuidados

Pois quem segue o caminho da errância
Encontra luz na escuridão
Faz o sol enluarar
E se entrega a dor da paixão

Quem segue o caminho da errância
Ver beleza no entardecer
Mas não desmerece o amanhecer
Segue a vida sem perceber
Que o melhor pode ou não acontecer

Quem segue o caminho da errância
Não prefere ir só, mas mal acompanhado
Se vai demorar, então que não venha, NUNCA!

Quem segue o caminho da errãncia
Quebra os paradigmas das certezas
E segue a vida desfrutando das belezas da vida...
Se é que posso dizer se é minha ou tua!


Iris Maria em 08.07.2009